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Na estante: 1984, de George Orwell (resumo)

by - quinta-feira, março 10, 2022

No final de Fevereiro terminei de ler o livro 1984, de George Orwell. Já começo dizendo que seria interessante você saber um pouquinho de política pra começar essa leitura. Não que você não possa ler mesmo sem saber nada de política, mas vai fazer mais sentido e dá pra ter uma compreensão melhor dessa ficção, se entender o que é capitalismo, socialismo, comunismo, totalitarismo e ditadura, pois essa distopia abrange esses temas.

Sobre sistemas políticos e econômicos: se jogar no Google cada um desses termos acima, você vai encontrar uma breve descrição que vai te ajudar, entretanto, é importante dizer que sistemas econômicos e políticos vão muito além de uma descrição condensada encontrada na internet, pois durante cada governo da história de um país, a ideologia de um sistema poderá se misturar a um outro conceito (que poderá ser influenciado pelo próprio caráter de quem está no poder), e se transformar em outra ideologia.

E nessa ficção, de acordo com o posfácio do livro, Orwell faz justamente uma crítica ao sistema totalitarista e desumano de Stalin, que foi líder da União Soviética de 1924 até 1953.

Josef Stalin era socialista, mas durante sua liderança usou uma política totalitarista, perseguindo qualquer oposição ao seu governo. George Orwell também era socialista, entretanto acreditava em um regime de liberdade e igualdade social.


AGORA SOBRE O LIVRO, um resumo para a Bianca do futuro (contém spoiler a partir do 3º parágrafo): 

Essa história é divida em 3 partes, e na primeira delas temos os pensamentos de Winston Smith que é um funcionário externo do Partido e que não se encaixa com a ideologia ditada pelo Grande Irmão, que é a figura de maior poder na sociedade da Oceânia (antiga Londres). Winston age conforme deve agir pois a consequência da rebeldia contra o sistema é o sofrimento e a morte, porém seus pensamentos não conseguem ser controlados.

Ele resolve escrever um diário, mesmo sabendo que já cometeu um crime apenas por ter comprado um caderno. E pra escrever, bastante nervoso, ele senta em um cantinho do seu apartamento que está escondido da teletela. Essa teletela é uma espécie de TV que passa as notícias e que ao mesmo tempo pode ver e ouvir tudo o que está a sua volta. Todos os membros do Partido são obrigados a ter uma teletela em casa e várias delas estão espalhadas pelas ruas da cidade.

Winston tem uma obsessão por O'Brien, que é membro do Núcleo do Partido, e acredita que ele também está contra o sistema, sendo assim, decide escrever esse diário pensando que um dia poderá ser lido pelo próprio O'Brien. Ele também observa Júlia, uma moça que aparece de vez em quando do nada e que pensa ser seguido por ela.

Nesta parte, logo do início, já sabemos da Novafala, uma língua nova que está substituindo o "antigo inglês". Essa nova linguagem imposta pelo sistema tem a tendência a reduzir cada vez mais o vocabulário, e consequentemente, diminui as possibilidades de um ser humano pensar em algo que possa contrariar futuramente as ideias do Partido, ou seja, o objetivo é limitar o pensamento através da falta de palavras.

E em seus poucos atos de rebeldia, às vezes Winston sai do trabalho e ao invés de ir direto pra casa ou fazer alguma atividade que esteja ligada às obrigações da sua sociedade, ele vai para a área dos proletas, lugar onde está livre das teletelas, mas mesmo assim, continua sentindo medo de estar sendo espionado pela Polícia das Ideias. 

Os proletas são considerados um resto, uma massa sem inteligência que faz parte da engrenagem do sistema. Eles apenas precisam sentir medo da guerra e produzir força de trabalho. E Winston pensa que se há esperança, ela está nos proletas.


Na segunda parte ele vive um romance escondido com Júlia, uma personagem que obedece o sistema mas que não tem medo de arriscar pequenos escapes e fazer o que sentir vontade, desde que consiga ficar longe dos olhos do Grande Irmão. O romance deles começa mais por uma necessidade física do que por sentimentos de amor; o sexo é proibido entre pessoas não casadas, e para os casados é proibido sentir amor pelo seu parceiro; tudo é arranjado de forma que um casal se una apenas para dar continuidade a espécie, sem grandes afeições pois sentir amor poderá tirar o foco do que realmente importa: as ordens rígidas do Partido. 

Após um tempo juntos, Winston convence Júlia a ambos se apresentarem a O'Brien e abrirem o jogo, se colocarem a disposição para ficar contra o sistema.

Entre essa e a terceira parte eu quis muito que acontecesse uma revolução, que os 3 juntos pudessem mudar o sistema, mas não. Na terceira parte Winston descobre que foi enganado por O'Brien, que ele é um fanático sem medidas e que sofreu uma armadilha para abrir o jogo contra o Partido para ser condenado ao sofrimento.

A ideia principal do Partido é apenas ter o poder em mãos, não importando quem esteja lá no comando, e que todos os outros devem obedecer as suas regras, ou seja, o totalitarismo que eu falei lá em cima do post.

Por fim, Winston sofre inúmeras torturas físicas até que ele para de se sentir humano. Ele é liberado das torturas para viver novamente em sociedade, porém depois de tanto sofrimento, ele se tornou uma pessoa alheia a qualquer sentimento de desprezo pelas ideias do sistema. E finalmente, quando toda a lavagem cerebral conseguiu fazer efeito dentro de sua mente, Winston percebe que ama o Grande Irmão e que esse é o fim de sua vida.

*****

E por agora, é isso. Acredito que a Bianca do futuro ficará feliz quando reler esse resuminho básico. :)

E pra finalizar mais direitinho ainda, segue esse trecho impactante que diz muito sobre como funciona hoje em nosso sistema capitalista. Mão de obra barata e pouco incentivo pro conhecimento.


Beijos e até! :)

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